domingo, maio 09, 2010

D.Esmeralda, uma senhora de aproximadamente 70 anos, vive em uma cidade na região nordeste do país. Azulim é quase uma metrópole, que assusta e deixa seus moradores em constante pânico. A violência está em todos os lugares e o melhor mesmo é permanecer “trancafiada a sete chaves” e em casa, pelo menos é o que se afirma na redondeza.

Demasiadamente cuidadosa D. Esmeralda toma conta, não apenas da sua casa, mas de toda a sua vizinhança, que insiste em agradecer e dispensar tamanha gentileza oferecida pela doce senhora, que observa tudo da sua janela ou ainda, dependendo do horário, da sua calçada.

Certo dia, em sua esperada ronda das 4:55 da tarde, D. Esmeralda deparou-se com um rapaz, muito bem apessoado que espiava através de uma pequena fresta na janela, a casa da sua vizinha, D.Anna.

Pronto! O pânico estava estabelecido. D.Esmeralda logo pensou que fosse um assaltante, ou um novo serial-killer escolhendo sua próxima vitima. Mais do que rapidamente, ela resolveu, então, dar um jeitinho naquela incomoda situação e com muita sutileza chamou o rapaz.

-Moço, psiu, você aí. Posso te ajudar?
-Não! Não precisa obrigado. Só estou de passagem. Disse o rapaz.
-Sei, sei...  Mas o que você procura, então?
-Ah! Procuro a D.Anna. Ela pediu para que eu passasse aqui às 5:00h, para acompanha-la à missa.
-A missa? Questionou D.Esmeralda. Anna no auge dos seus 40 anos nunca foi à missa. Já sei esse rapaz só pode ser um assaltante, pensou a senhora.
-Hum! Respondeu D. Ana ao rapaz e continuou dizendo que Anna havia ido ao médico e que, como ela é uma pessoa muito supersticiosa provavelmente já estaria voltando.
-Voltando? Perguntou o rapaz, meio que sem entender muito bem o que estava acontecendo.
-Sim claro, voltando. Ela, na tentativa de despistar o rapaz, explicou que Anna tem pavor do número cinco. Na verdade a minha vizinha nunca sai na rua às 5 horas da tarde. É por pura precaução e se ela ainda não chegou, provavelmente só sairá do lugar onde está às 6:00h, complementou a temerosa senhora.
-Muito bem! Então, a senhora poderia, assim, por gentileza e é claro, se não for incomodo avisar a D. Anna que eu estive aqui e que eu voltarei outro dia e em outro horário, para não causar maiores transtornos.
-Certamente. Disse ela.
-Adeus senhora! Despediu-se o rapaz desolado e um pouco intrigado.
-Até breve! Exclamou D. Esmeralda com o peito estufado e a maior sensação de dever cumprido.

Cinco minutos mais tarde, Anna, a dona da casa, abre a janela. Estava ansiosa esperando por seu amante, que ainda não havia aparecido.

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