sexta-feira, maio 28, 2010

E a lua
Tão linda
Exuberante
Em sua forma magnífica
Brinda o mar
Que a esperava mais uma vez
Acalenta o pulsar silencioso
O sussurro quase inexpressível
O olhar dos que passam
O sorriso inocente
Traz luz
Vitalidade
Renova energia
Rege soberana
Sublima a vida

 E o mar
Avisado de seus encantos
Poderoso e mansamente suave
Deleita-se com o brilho
Presenteado
Compartilhado
Respeitado
Sabe que não lhe pertence
Mesmo assim
Agradece
Divide luz
Baila suas ondas
Em compasso
No ritmo do subir da lua
Na entrega do encontro
Na certeza do dia seguinte

Photo by net:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://olharpenetrante.zip.net/images/lua4.jpg&imgrefurl=http://olharpenetrante.zip.net/&usg=__3pn-VVFVs_D59q2lqoBQ0q0r_7E=&h=543&w=400&sz=21&hl=pt-BR&start=66&itbs=1&tbnid=UndM66vgcI_E8M:&tbnh=132&tbnw=97&prev=/images%3Fq%3Dlua%26start%3D60%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26rlz%3D1T4ADSA_pt-BRBR338BR338%26ndsp%3D20%26tbs%3Disch:1%26prmd%3Dinv


quinta-feira, maio 27, 2010

Observações de um dia de chuva

Ontem enquanto voltava para casa na hora do almoço, percebi que já estamos vivendo, muito mais do que podemos imaginar, a era Mad Max. O cenário parecia o de um filme bem surreal, mas, pelo contrário, estava diante dos meus olhos e era mais ou menos assim:

A chuva, forte, caía mudando o belo mar claro dos dias de sol. Águas barrentantas invadiam cortando e redesenhando a orla da praia.No asfalto, mais água, desta vez acumulada nos cantos da avenida fazendo com que o trânsito ficasse ainda mais lento. Mais a frente um pouco, daquilo que um dia foi um rio, corria lixo, esgoto, pedaços de móveis estragados, restos de animais mortos e muita poluição.
Bom! Tudo bem até aquele momento, afinal ver chuva e sujeira juntos era ou é quase cotidiano, contudo fiquei chocada ao ver, no meio de tudo aquilo, homens brigando contar urubus por espaço e pelos miseros peixes intoxicados vindos da lagoa pelo corrego que corta a cidade.

Que preço estamos dispostos a pagar para continuarmos no mundinho do faz de conta? Onde a forma supera o conteúdo; onde é legal ser fútil e supervalorizar o banal; onde escondemos a nossa dura realidade atrás de uma maquiagem engessada; onde vemos gente com fome, comendo lixo, pescando com rede o que um dia foi peixe.
Em épocas de mudança, acredito que com educação, ainda, podemos transformar o mundo em que vivemos em um mundo melhor. Acredito não apenas na educação escolar, mas na de casa, na que é passada de pais para filhos, afinal, tudo isso começa no nosso quintal, na real importância de mantermos vivo o nosso planeta, que hoje respira fumaça, que nada em óleo, que dorme em cinzas, que acorda amedrontado com tremores de terra.
Até quando vamos esperar? Teimar? Desacreditar?
Pense sustentável, pense novo, conserve, crie, recrie...
Pratique o respeito, não só pelo outro, mas por você mesmo.
Cuide do que é o seu bem maior, a sua morada o seu hoje e o seu amanhã.
Plante árvores, cultive flores, preserve a água, o ar, a terra.
Sem eles não seremos ninguém e aquilo que um dia pareceu estar tão longe quando assisti ao filme, pode estar batendo em nossas portas.
Não espere que outros façam para seguri exemplo, dê você também a sua contibuição.
AME, CUIDE... VIVA!

quinta-feira, maio 13, 2010

domingo, maio 09, 2010

D.Esmeralda, uma senhora de aproximadamente 70 anos, vive em uma cidade na região nordeste do país. Azulim é quase uma metrópole, que assusta e deixa seus moradores em constante pânico. A violência está em todos os lugares e o melhor mesmo é permanecer “trancafiada a sete chaves” e em casa, pelo menos é o que se afirma na redondeza.

Demasiadamente cuidadosa D. Esmeralda toma conta, não apenas da sua casa, mas de toda a sua vizinhança, que insiste em agradecer e dispensar tamanha gentileza oferecida pela doce senhora, que observa tudo da sua janela ou ainda, dependendo do horário, da sua calçada.

Certo dia, em sua esperada ronda das 4:55 da tarde, D. Esmeralda deparou-se com um rapaz, muito bem apessoado que espiava através de uma pequena fresta na janela, a casa da sua vizinha, D.Anna.

Pronto! O pânico estava estabelecido. D.Esmeralda logo pensou que fosse um assaltante, ou um novo serial-killer escolhendo sua próxima vitima. Mais do que rapidamente, ela resolveu, então, dar um jeitinho naquela incomoda situação e com muita sutileza chamou o rapaz.

-Moço, psiu, você aí. Posso te ajudar?
-Não! Não precisa obrigado. Só estou de passagem. Disse o rapaz.
-Sei, sei...  Mas o que você procura, então?
-Ah! Procuro a D.Anna. Ela pediu para que eu passasse aqui às 5:00h, para acompanha-la à missa.
-A missa? Questionou D.Esmeralda. Anna no auge dos seus 40 anos nunca foi à missa. Já sei esse rapaz só pode ser um assaltante, pensou a senhora.
-Hum! Respondeu D. Ana ao rapaz e continuou dizendo que Anna havia ido ao médico e que, como ela é uma pessoa muito supersticiosa provavelmente já estaria voltando.
-Voltando? Perguntou o rapaz, meio que sem entender muito bem o que estava acontecendo.
-Sim claro, voltando. Ela, na tentativa de despistar o rapaz, explicou que Anna tem pavor do número cinco. Na verdade a minha vizinha nunca sai na rua às 5 horas da tarde. É por pura precaução e se ela ainda não chegou, provavelmente só sairá do lugar onde está às 6:00h, complementou a temerosa senhora.
-Muito bem! Então, a senhora poderia, assim, por gentileza e é claro, se não for incomodo avisar a D. Anna que eu estive aqui e que eu voltarei outro dia e em outro horário, para não causar maiores transtornos.
-Certamente. Disse ela.
-Adeus senhora! Despediu-se o rapaz desolado e um pouco intrigado.
-Até breve! Exclamou D. Esmeralda com o peito estufado e a maior sensação de dever cumprido.

Cinco minutos mais tarde, Anna, a dona da casa, abre a janela. Estava ansiosa esperando por seu amante, que ainda não havia aparecido.